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| Fotos: Itaperuna News |
O Brasil é um dos grandes
produtores de café do mundo, como um dia o município de Itaperuna foi
considerado o maior produtor de café do Brasil e do mundo, isso no século
passado, nas décadas de 1920 a 1940.
Hoje, Itaperuna vem despontando
no cenário nacional não mais pela sua produção em volume, mas em produtividade
e sustentabilidade ambiental. Em Retiro do Muriaé (distrito de Itaperuna), por
exemplo, a propriedade do engenheiro agrônomo Décio Zampiér confirma a nova
tendência.
A produção de café do tipo
‘conilon’ vem ganhando destaque pela produtividade (o dobro da média nacional),
através da condução da lavoura. A média de produtividade nacional é de 25 sacas
de 60 kg por/ha; a alcançada na propriedade do engenheiro agrônomo passa de 50
sacas/ha.
O manejo praticado na propriedade
é integrado, controlando pragas e doenças, sem uso de qualquer tipo de
agrotóxicos e outros produtos químicos. Nesse sistema o homem intervém o mínimo
possível no meio de produção. Não há uso de capina, nem química e enxada, só é
feito roçada do mato. Ainda são plantadas árvores da família das leguminosas e
frutíferas no meio e nas bordas da lavoura, a fim de atraírem pássaros, insetos
e outros animais.
As aranhas fazem teias e as
utilizam como armadilhas para capturar os insetos – pragas do café. Os pássaros
são predadores dos insetos e as folhas e matos existentes no entorno, tornam o
ambiente propício para o equilíbrio de predadores, fungos e bactéria, que
realizam o controle biológico e agroecológico, ou seja, são os guardiões do
equilíbrio agroecológico dos pés de café e seus frutos.
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| Itaperuna News |
A palha de café é espalhada no
piso do curral, juntamente com calcário, para servir como adubo do café,
palmito pupunha, banana e mandioca. A palha serve de cama, onde as fezes e
urinas dos bovinos são misturadas e tornam um adubo orgânico de excelente
qualidade, rico em nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e
micronutrientes, que são essenciais para manter a planta produtiva e saudável,
além de melhorar as condições físicas do solo, aumentando a absorção de água.
Segundo Décio Zampiér, a palavra
sustentabilidade é muito utilizada e divulgada pela mídia, no entanto, é muito
difícil de ser realizada na prática, pois envolve muito conhecimento técnico e
disciplina do produtor rural. “Ela só se completa quando temos equilíbrio entre
o meio ambiente, a qualidade de vida dos envolvidos no processo e que a
atividade seja economicamente rentável”, finaliza.